terça-feira, 14 de dezembro de 2010

“I-s-s-o é u-m-a v-e-r-g-o-n-h-a.”

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Foto do Blog Conversa Afiada

 

Ontem assisti aos noticiários da Band e da Globo. Ambos se reportaram ao episódio wikileaks. Não para minha surpresa foi omitido o fato mais importante relacionado com o Brasil: o comprometimento do recém candidato a presidente do Brasil, José Serra, com a mudança do marco regulatório do Pré-Sal. Apesar de ser matéria de amplo conhecimento dos leitores da “blogosfera suja” e também do PiG, o âncora da emissora do João Saad e o casal 45, não pronunciaram uma só palavra a cerca do tema que tão recentemente foi alvo de todas as atenções. A forma capciosa como a velha mídia trata o projeto político vencedor neste país, demonstra a sua falta de compromisso com a verdade, suas intenções golpistas e sua total falta de credibilidade. Como diria a múmia: “I-s-s-o é u-m-a v-e-r-g-o-n-h-a.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Em resposta a Dom Lázaro





"O Estado já considera legalmente caso de saúde a situação dos usuários de entorpecentes. No entanto, ninguém se pronunciou, até agora, sobre o que será feito com a crise de abstinência dos consumidores atingidos pela operação policial/militar no Rio. Ou a opção é deixar que os "doentes" se virem, como punição por seus vícios intoleráveis?"

A dependência química é uma doença(CID-10 de F10 a F19).Isto não é uma conquista é um diagnóstico, uma constatação obtida após pesquisas científicas e observações médicas. Doença sindrômica, como igualmente sindrômica é a problemática das drogas. Diante do inevitável debate provocado pela retomada da Vila Cruzeiro e do Complexo do Alemão, buscarei pontuar elementos da referida síndrome, que possam conduzir à reflexão sobre as ações possíveis e necessárias junto a um dos principais sujeitos envolvidos na intrincada teia do narcotráfico: o adicto.

Uma premissa básica nessa discussão é diferenciar quem é vítima de quem é algoz. De acordo com o Art. 3º, Inciso XI, do Decreto 3.696, de 21 de dezembro de 2000, cabe ao Departamento de Polícia Federal exercer as funções de órgão executivo das atividades de repressão ao uso indevido, do tráfico ilícito, e da produção não autorizada de substâncias entorpecentes e drogas que causem dependência física ou psíquica. Do ponto de vista da legalidade, o usuário de drogas, situa-se apenas em um dos três focos de enfrentamento, o do consumo indevido.

A ação espetacular das forças públicas direcionou-se à esfera do tráfico. A repercussão do episódio indica ter sido esta um sucesso. Não esperemos, entretanto, ter sido esse o fim do narcotráfico, o que de nenhuma forma invalida a política de implementação das UPP's, ao contrário, fica lançada a pedra fundamental para construção da cidadania dos moradores dessas comunidades, do resgate da credibilidade do poder público no tocante à política de segurança e da inauguração da oferta efetiva de serviços sociais aos cidadãos de baixa-renda, residentes exclusivos desses, antes, nichos de criminalidade. O enfrentamento ao narcotráfico é uma constante em países ricos como os Estados Unidos, o maior mercado consumidor do planeta. A pouquíssima incidência de moradias precárias como as nossas favelas, não faz deles um exemplo de redução de oferta; e retira dos nossos morros e paços, a peja de serem redutos de viciados. A presença do banditismo ocupa a vaga deixada pelo estado, pois enquanto se faz de conta que tem educação, saúde, cultura e saneamento básico, o traficante é de verdade e faz as contas e da conta de tudo e de todos. O estado faz de conta que presta esses serviços que são fundamentais, porque parte da sociedade faz de conta que se preocupa com o país em sua íntegra, mas esquecem-se que para haver cidadania plena é necessária a distribuição de renda, o investimento em infra-estrutura, a aceleração do crescimento, a geração de emprego e a assistência às famílias e aos jovens.

Ao contrário do que pretendem alguns, a maior parte da cocaína comercializada no Brasil, costuma ser inalada por narizes afilados, brancos e empinados, os verdadeiros financiadores dos mercadores do mal. É verdade que a adicção mata, indiscriminadamente, no beco ou nas coberturas, deixando o rastro de sofrimento por onde passa, mas o cidadão que tem a infelicidade de ter a dependência química como componente de sua realidade familiar, sabe que a miséria do doente é uma questão de tempo, de pouco tempo. Quem pode e gasta os tubos com droga, é poupado do preconceito, da maledicência e da chacota e esta é a diferença entre o consumo indevido e a dependência.

A praga avassaladora do crack é considerada pandêmica pelas autoridades médicas, a despeito dos malefícios sociais proporcionados por outras substâncias, é este, o mal do século. A sociedade encontra-se paralisada diante da escalada vertiginosa e alarmante do número de usuários, especialmente no nordeste do Brasil. A ausência de políticas públicas, o preconceito e a ignorância a respeito da delicadeza deste enorme problema são, entre outras, causas de perdas irreparáveis entre milhões de famílias. O vulgo “noiado” é a expressão contemporânea do endemoninhado dos gerasenos, fere-se com pedras no mais completo isolamento social, acometido de uma insanidade infernal e sob a conivência cruel da comunidade. Apenas a ação direta do Nosso Senhor Jesus Cristo é capaz de libertá-lo da Legião de demônios que o atormenta, são diversos os seus males, além das psicoses, neuroses e paranóias, o dependente químico de crack, ou adicto, é vítima do descaso, da violência policial, da indiferença farisaica dos que pensam estarem imunes ao seu contágio, da ganância das clínicas particulares que exploram as famílias, da frieza sanguinária dos traficantes, da prostituição, do furto, da mendicância e de outras centenas de mazelas que o imobiliza confundindo-o com o seu algoz. A dimensão do consumo é matéria de saúde pública e como tal deve ser tratada. A presidente eleita Dilma Roussef dedicou parte do seu primeiro discurso ao tema, e assumiu publicamente o compromisso de combater o crack e as cracolândias onde elas estiverem, o atual governo deixa encaminhada uma política de capacitação que colocará em ação sessenta mil agentes sociais através da SENAD, é pouco, mas é um começo.

Na esfera da produção e na distribuição de larga escala, estão os verdadeiros tubarões. Organizações internacionais como a máfia italiana são os grandes beneficiários dos milhões de dólares gerados por esse comércio demoníaco. Como é de se imaginar, é necessária a ação de muitos colarinhos brancos para que toneladas de cocaína cruzem o planeta por terra, água e ar. Policiais corruptos, militares de fronteira, jornalistas jabás, advogados do crime e toda uma súcia de canalhas fantasiados de cidadãos dão o devido suporte a ilegalidade e beneficiam-se das vultuosas quantidades de dinheiro movimentadas, que não se resumem as mordomias do puxadinho do Pezão. Tem muita gente graúda intocada e entocada. Esses barões recrutarão novos gerentes e abrirão novos pontos, quem sabe na região dos jardins em São Paulo, quem sabe em endereços com vista para o mar. Mas o que importa é que a sociedade e o poder público não mais negociarão com os verdadeiros terroristas, como o fez o governo paulista diante do PCC, e que nunca antes na história desse país houve uma ação tão eficaz no combate ao narcotráfico.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Sou cristão, contra o aborto e a favor da sua descriminalização

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Sou cristão! Disso eu tenho certeza. Tive as minhas crises existenciais de adolescência e juventude(e não foram poucas), questionei a igreja católica onde fui batizado, crismado e comungado, militei no Partido Comunista Brasileiro onde convivi com a doutrina marxista, que muito me acrescentou sem me absorver a fé, interessei-me por doutrinas espíritas, em especial a Kardecista, fui esotérico e new age e após conhecer o inferno, converti-me evangélico pentecostal, aceitando Jesus Cristo como meu Fiel e Único Salvador. Nessa trajetória a teologia da libertação foi, e ainda é, a ponte entre a minha ideologia libertária e a doutrina católica que recebi na catequese.

A opção preferencial pelos pobres praticada por amplos setores católicos na América Latina, é o viés pelo qual reencontro-me com Deus, onde conjugo minha fé em Cristo e minhas necessidades libertárias. A despeito das divergências encontradas entre os teólogos da libertação, na maioria de seus escritos encontramos repetidos os temas fundamentais que constituem uma saída radical da doutrina tradicional e estabelecida das Igrejas Católica e Protestante:

-Uma implacável acusação moral e social contra o capitalismo como sistema injusto e iníquo, como forma de pecado estrutural.
-O uso do instrumento marxista para compreender as causas da pobreza, as contradições do capitalismo e as formas da luta de classes.
-A opção preferencial a favor dos pobres e a solidariedade com sua luta de emancipação social.
-O desenvolvimento de comunidades cristãs de base entre os pobres como a nova forma da Igreja e como alternativa ao modo de vida individualista imposto pelo sistema capitalista.
-A luta contra a idolatria (não o ateísmo) como inimigo principal da religião, isto é, contra os novos ídolos da morte, adorados pelos novos faraós, pelos novos Césares e pelos novos Herodes: O consumismo, a riqueza, o poder, a segurança nacional, o Estado, os exércitos; em poucas palavras, "a civilização cristã ocidental".(clique aqui)

A atual conjuntura eleitoral, equivocada e oportunisticamente, transfere a disputa política para o campo religioso. Derrotada no debate das idéias, a demotucanocracia, afronta a sociedade brasileira num dos seus alicerces: a tolerância religiosa. O sincretismo que está nas nossas raízes, algum ecumenismo, foi violentamente abalado pela hipocrisia irresponsável do Sr. Serra, que traz sobre o nosso povo a sombra do fundamentalismo, do ódio e da cizânia. Subjacente a pseudo-discussão do aborto está a laicidade do estado e o direito a livre manifestação da fé. Tema polêmico, foi introduzido na pauta eleitoral já anacrônico, sabe qualquer alfabetizado político que o legislativo é o fórum privilegiado para a sua discussão e quaisquer modificações neste, exigem dois terços do colegiado, por se tratar de matéria constitucional. O fato é que há aborto no Brasil. Centenas de milhares de mulheres o praticam. Citotec, agulhas de tricot, chás abortivos, clínicas clandestinas do Oiapoque ao Chuí inflam as estatísticas, queiram evangélicos, queiram católicos. O chefe de estado que surgirá desse pleito enfrentará esses números independentemente da sua doutrina, e esse estado, Laico, deverá estar aparelhado para esse enfrentamento. Senhores pastores cuidem das suas ovelhas, não se alimentem das gorduras proporcionadas pelos dízimos, as editoras, os canais de televisão, larguem as noventa e nove que pastam ordeiras e corram atrás da desgarrada, não apedrejem Madalena quando ela desorientada cometer pecado, não a enquadrem numa lei dos homens desamparando-a na hora ruim, cuidem da sua alma e deixem César cuidar do que é de César, preparem o povo de Deus para saber o que lhes convém, pois tudo nos é permitido perante o Nosso Pai que está nos céus. Agora se, em nome de mamon, maquinas projetos iníquos com aquele que testemunha falsamente e profere mentiras, por conta das concessões públicas dos canais de TV, saibais que, sub-repticiamente, semeias a discórdia entre irmãos. Sou pessoalmente contra o aborto, respeito e defendo o direito de pregar contra a sua prática, mas não posso deixar de citar Ecl 6:3 Se o homem gerar cem filhos, e viver muitos anos, de modo que os dias da sua vida sejam muitos, porém se a sua alma não se fartar do bem, e além disso não tiver sepultura, digo que um aborto é melhor do que ele; e Êxo 21:22 Se alguns homens brigarem, e um ferir uma mulher grávida, e for causa de que aborte, não resultando, porém, outro dano, este certamente será multado, conforme o que lhe impuser o marido da mulher, e pagará segundo o arbítrio dos juízes; somente para exemplificar que um certo Sensus Fidelium é aconselhável. A separação irremediável entre estado e religião é salutar à democracia e veja em Mat 4;8 quem pregou ao contrário.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Factóide novo x Profilaxia

A 34 dias das eleições, a fatura parece liquidada: Dilma será eleita no primeiro turno. Pessoalmente aposto que minha candidata obterá algo acima dos 60% dos votos válidos. Diante deste quadro os tucanos, o dempfl e a imprensa golpista encontram-se em estado de total desespero. “Sabe bem quem é otário” que em desespero toma-se atitudes irracionais e partindo dos segmentos mais reacionários da cena política nacional me dá arrepios pensar no que eles serão capazes nessa reta final. Os analistas de plantão são unânimes em dizer que só um “fato novo” pode dar uma sobrevida a natimorta candidatura do Zé pedágio. Preocupante! A ausência desse fato, leva à criação de factóides, à reedição de denúncias vazias e a uma caça as bruxas irresponsável e ansiosa como zumbis de trillers em busca de cérebros.

O Zé pedágio escolheu uma estratégia que é tão equivocada quanto oportunista: apresenta-se a sociedade como sendo a melhor opção de continuidade ao governo Lula. Ora esta opção corrobora com a idéia que Lula fez um bom governo, então toda a ação política de demos e tucanos nesses últimos 8 anos foi nociva à sociedade: opuseram-se a um projeto que deu certo, atrapalharam. E os mesmos trapalhões agora querem colher o que não plantaram: pilantras! O povo brasileiro que muito ainda quer avançar, diante das alternativas não vacila, se o governo foi tão bom que até a oposição reconhece, voto na candidata do governo. O apoio de Lula leva Dilma a vitória e o discurso do Zé o leva a derrota, as curvas distanciam-se a cada pesquisa. Esse cenário de massacre eleitoral aponta para medidas radicais por parte do bando que perde, ou muda de discurso, ao meu ver tiro no pé, caracterizando falta de compromisso e oportunismo, e enfrenta a esmagadora popularidade do presidente Lula, ou apela para a criação do tão cobiçado fato novo, nem que para isso enverede-se para a prática kamikaze: morro mas levo um comigo. O cuidado a ser tomado nessa fase do jogo é a profilaxia, ou seja, prevenir-se contra os golpes sujos e conduzir a campanha cuidadosamente sem se deixar levar pelo perigoso “já ganhou”, até a vitória.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Sobre a polêmica das palmadas.

Não vivi uma infância sob a égide da pancadaria, de fato apanhei bem menos do que mereci. Não me refiro a espancamento ou maus tratos, nem tão pouco a ser amarrado ao pé da mesa. Levei algumas palmadas, enfrentei algumas poucas sessões de palmatória (lá em casa as penas eram hexadecimais) e que eu lembre uma ou outra bofetada, essas sempre por motivo fútil como roer as unhas ou mudar o canal de TV na hora da novela. Mas nada disso me deixou traumatizado, não carrego mágoas nem amo menos minha mãe por isso (meu pai nunca me bateu). A polêmica é inócua, discute-se sobre mais uma lei que “não pega”. A violência doméstica não está nas palmadas, os casos extremos já estão previstos no código penal e no estatuo da criança e do adolescente. Uma maior distribuição de renda, uma remuneração digna aos educadores, a redução da jornada de trabalho como forma de garantir uma presença mais efetiva dos pais junto à família, creches, esporte, cultura e lazer de qualidade nas comunidades de alta densidade populacional são medidas que podem reduzir drasticamente os índices de violência doméstica contra crianças e adolescentes. Sou educador e trabalho com segmentos de alta estratificação social, entre esses é comum encontrarmos crianças mimadas e sem limites onde o desrespeito aos mais velhos vem de casa, tios, avós e principalmente pais são tratados com desdém, que dirá nós professores. Creio que umas boas palmadas uma “chamada” mais rigorosa a moda antiga não faria mau. Pior é ver na favela ou na cobertura o filho mau educado aprender a respeitar a lei do “bicho”: Se vacilar a bala come. O rigor da família ou da escola é mais salutar e absolutamente necessário para imposição de limites saudáveis à sobrevivência e ao bem estar do corpo, da mente e da alma, por que o inimigo ruge como um leão ao redor da presa esperando somente um pequeno deslize fora dos limites de segurança para vitimar nossos jovens com um crack na espinha dorsal.

domingo, 25 de julho de 2010

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Soneto às portas do Hades

 

Ficheiro:Charon by Dore.jpg

Antes que só reste pedra sobre pedra

Resoluto busco o tão ausente Eu

Devaneio, iniqüidade e injúria medra

Carcomendo vida e sonho muito além do meu

Minha alma em angústia entre demos grita

Em Fellini, ou em Sade cena tão dantesca

Sob a guarda de Caronte: pó, cimento e brita

Óbulos, fratricidas, visões canibalescas

Equívocos tantas vezes confirmados

Sangrando o Cordeiro por todos já pagou

Mas cego, surdo e mudo sigo transtornado

Por amor e inocência escaparei curado

E quando o Eu ausente finalmente Eu-Sou

Divina Providência estamos lado-a-lado

domingo, 27 de junho de 2010

Hexa com Dunga!

Dunga me surpreendeu! Com nome de anão, o menor e mais patético deles, chegou à seleção por caminhos suspeitos: indicado para o primeiro emprego pelo chefão. Sempre que isso acontece algum desastre se prenuncia. Um emprego altamente cobiçado, considerado ápice da carreira de técnico de futebol num país de 120 milhões de técnicos é agora ocupado por um principiante. Suspeitíssimo! Especulações de toda sorte cercam a inusitada decisão. Eu um entre os 120 milhões dos preteridos imaginei que a escolha do Teixeira seguia os parâmetros da antiga CBD quando da substituição do João Saldanha pelo Zagalo, afinal ele é genro do João Havelange e além do comando deve ter herdado também alguns cacoetes. O futebol era só um detalhe, os interesses escusos elaborados nos porões da ditadura falavam mais alto, precisavam de alguém obediente, subserviente mesmo, cara-de-pau ao ponto de convocar o Dario para coadjuvar com as feras do Saldanha só para agradar o General. Seria esse o papel do Dunga, tomar conta do grupo como um xerife, sem discutir as ordens do chefe e principalmente sem questionar o sistema. Principal representante da era a qual dá nome, confirma os temores da maioria dos torcedores, convoca uma seleção de jogadores com características semelhantes às suas: duros na marcação e na cintura e com pouco talento para a criação e finalização. A despeito disso segue na direção do escrete canarinho, em parte pela forte proteção do chefe, por outra parte graças aos números francamente favoráveis à sua permanência, tipo “vocês vão ter que me engolir”.

Chegou à copa do mundo o Dunga evoluiu para a forma Zangado. Que nosso técnico não era exatamente um rapaz delicado, isso todos nós sabíamos, no começo até tentou ser elegante, chegou mesmo a ser ridículo agradável nunca. Que fatos suscitaram a mutação? O Dunga é um ser humano, portanto passível a defeitos e virtudes. Os eventuais defeitos apresentados não o desabonam enquanto cidadão, alguma teimosia, certa intransigência, atributos que casam com liderança, coerência e determinação, ou seja, suas virtudes superam em muito os seus defeitos alie-se a isso a sua coragem ao enfrentar a poderosa Globo, conquistou com sua atitude o meu respeito e a minha torcida incondicional. O Zangado agora é Mestre. Pra frente Brasil! Hexa com Dunga para desmoralizar essa corja mercenária.

sábado, 5 de junho de 2010

Pátria de chuteiras: assim descaminha à desumanidade.

Faltam seis dias. Hora de fazer prognósticos. Muita gente, alguns famosos, colhem o que não plantaram. Depois do acontecido, entram naquela: “Bem que eu disse!” Para não fazer coro com esses tipos externarei minhas expectativas.

Sou um torcedor canarinho incurável, por mais que discorde da convocação, do estilo do Dunga, do modus operandus do Ricardo Texeira, da herança retranqueira do Zagalo inevitavelmente roerei as unhas e terei palpitações a cada peleja, não acho que quanto pior melhor. Mas analisando friamente vejo que pelo menos dois adversários se apresentam com credenciais suficientes para reivindicarem o título: a Espanha e a Holanda, e entre as duas a primeira vem buscando essa conquista com mais afinco nos últimos anos. É impossível que grandes tradições do futebol mundial estejam amaldiçoadas a jamais vencerem, algum dia isso acontecerá e creio que esse dia está perto e antecipando o “sobrenatural de Almeida” prefiro vê-los campeões esse ano a ver um segundo maracanaço em 2014(se o mundo não acabar). A Argentina?! Não acredito que o Pibe de ouro venha a equacionar os egos inflados, a frescurite e outras milongas mais que acometem “los hermanos”, acho até que longe de ser a solução ele é um problema a mais. O Messi de fato é o melhor do mundo, contudo é catalão e o país o vê assim, que dirá a “panelinha do Boca”.

A seleção da CBF pode sim vencer, estão em jogo os interesses da Volkswagen, da Ambev e de muitos outros capitais, ou seja, motivo tem, e por mais que os cartolas possam vender resultados(lembram de 98? E de 78?) é possível que o jogador não cumpra o mau acordo. Dentro das quatro linhas ainda que desfigurado está o futebol brasileiro, arremedando a Itália de 2006 entrará com 10 atrás e um recuado, mas tem mais talento. Robinho, Kaká, Luís Fabiano ou outro menos favorecido poderão a qualquer momento decidir ao nosso favor e aí agente vai ter que engolir mais um puxa-saco esforçado que está ali por que um cara sério não se submeteria as ingerências hora políticas(70), hora econômicas(10) dos mandatários da nossa pátria de chuteiras. E assim descaminha à desumanidade.

domingo, 21 de março de 2010

Caso Bancoop: Ministério Público desmente reportagem da Veja

 

A casa caiu! O jargão conhecido das rodas policiais deve estar sendo entoado neste momento no suntuoso prédio da editora Abril, em São Paulo, onde a revista Veja é produzida. Mas a expressão -- ao contrário do que costuma acontecer naquela redação -- não é dirigida a nenhum petista ou integrante do governo e sim à própria revista. Informações oficiais fornecidas hoje pelo Ministério Público Federal deixam claro que a revista mentiu aos seus leitores sobre o caso Bancoop.
Na edição do último final de semana, a revista foi categórica ao afirmar que o doleiro Lúcio Bolonha Funaro fez acusações incriminadoras contra o atual tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, a quem a revista acusa de estar envolvido em casos de desvio de dinheiro da Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo (Bancoop).

Veja abaixo um dos trechos da reportagem da Veja:
"A revelação do elo de João Vaccari com o escândalo que produziu um terremoto no governo federal está em uma série de depoimentos prestados pelo corretor Lúcio Bolonha Funaro, considerado um dos maiores especialistas em cometer fraudes financeiras do país. Em 2005, na iminência de ser denunciado como um dos réus do processo do mensalão, Funaro fez um acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República. Em troca de perdão judicial para seus crimes, o corretor entregou aos investigadores nomes, valores, datas e documentos bancários que incriminam, em especial, o deputado paulista Valdemar Costa Neto, do PR, réu no STF por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Em um dos depoimentos, ao qual VEJA teve acesso, Lúcio Funaro também forneceu detalhes inéditos e devastadores da maneira como os petistas canalizavam dinheiro para o caixa clandestino do PT. Apresentou, inclusive, o nome do que pode vir a ser o 41º réu do processo que apura o mensalão - o tesoureiro João Vaccari Neto. "Ele (Vaccari) cobra 12% de comissão para o partido", disse o corretor em um relato gravado pelos procuradores. Em cinco depoimentos ao Ministério Público Federal que se seguiram, Funaro forneceu outras informações comprometedoras sobre o trabalho do tesoureiro encarregado de cuidar das finanças do PT."

Segundo o próprio Ministério Público Federal de São Paulo (MPF-SP), é tudo mentira. O MPF informou nesta sexta-feira, em nota oficial, que o material que recebeu da Procuradoria-Geral da República (PGR) e que embasou a denúncia contra o doleiro Lúcio Bolonha Funaro por formação de quadrilha e lavagem de dinheiro não faz nenhuma menção a João Vaccari Neto. O depoimento foi colhido em 2008 como parte do processo do mensalão.

Em nota, a procuradora Anamara Osório Silva, autora da denúncia oferecida em junho de 2008 e que levou à ação penal que tramita na Justiça contra Funaro e seu sócio, José Carlos Batista, esclareceu também que não pode confirmar se o depoimento concedido por Funaro em Brasília se deu por delação premiada.

"Tanto na documentaçï ¿? �¿?o remetida pela PGR a São Paulo, que embasou a denúncia, quanto na própria acusação formal remetida à Justiça pelo MPF-SP, é necessário esclarecer, não há nenhuma menção ao ex-presidente da Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo (Bancoop) João Vaccari Neto", afirma o texto. "O MPF em São Paulo não pode confirmar se o depoimento de Funaro, concedido em Brasília, se deu sob o instituto da 'delação premiada'."

De acordo com a Procuradoria, os depoimentos de Funaro dão conta de que ele e Batista se utilizaram da empresa da Garanhuns Empreendimentos para dissimular a transferência de R$ 6,5 milhões da agência de publicidade SMP&B, de Marcos Valério, ao antigo Partido Liberal (PL). "São sobre essas operações de lavagem de dinheiro que trata o processo, que tramita normalmente perante à 2ª Vara Federal. A última movimentação processual constante é de fevereiro de 2010", diz a nota.

De acordo com a PGR, o mat erial referente aos depoimentos de Funaro foi encaminhado ao MPF-SP pelo então procurador geral da República Antonio Fernando de Souza.

"Essa é mais uma prova de que Veja mentiu novamente. O objetivo da revista é provocar uma guerra eleitoral visando desgatar o PT e assim prejudicar a campanha da companheira Dilma à Presidência da República", afirmou Francisco Campos, dirigente nacional do PT.

Dilma: mais um golpe da oposição

Ainda nesta sexta-feira, a ministra-chefe Dilma Rousseff disse, em relação ao caso Bancoop , que a oposição está buscando ressuscitar a crise política vivida pelo governo federal em 2005 com o escândalo do mensalão a fim de influenciar o processo eleitoral deste ano, mas não será bem-sucedida.

"O pessoal está tentando, vamos dizer, trazer 2005 para a eleição de 2010, mas não acho que isso seja eficaz" disse Dilma a jornalistas antes de entrar para a reunià £o do Conselho de Administração da Petrobras.

Da redação, Cláudio Gonzalez - com agências – www.vermelho.org.br – 19/3/2010
Com um abraço de Antonio Capistrano

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Para não dizer que não falei das Quengas

Carnaval2010 019

Mas por necessidade que por escolha, passei o carnaval em Natal, em casa, como pediu a alcaide lepidóptera. Macauense que sou, tenho a cultura momesca nos cromossomos. Frevo, sambas e  marchinhas fazem parte da minha memória auditiva e corporal. Digo isso, pois o meu maior estranhamento ao testemunhar o acanhamento doméstico da folia natalense, foi perceber que as pessoas simplesmente não dançam. A banda do maestro Neemias executava o mais fino repertório de frevos e marchinhas, com a competência e o talento que tão bem conhecemos, e a turba acompanhava a passos lentos, quando movia passos. O espetáculo era mesmo o desfile das Quengas: glamourosas , fechativas, alegres, bonitas(algumas horríveis) fizeram a festa do domingo, como de práxis. Achei esvaziado em relação a anos anteriores, certo que antes tínhamos shows grandiosos como Martinho da Vila e Margareth Menezes por exemplo, mas a despeito da falta dos 250mil mal gastos com o Pe. Fábio Jr, o centro estava mal iluminado, mal decorado, mal divulgado. A decoração ainda está lá pendurada nos postes da Vigário Bartolomeu pra quem quiser ver: pedaços de tecido azul e vermelho que mais parece um pastoril. Talvez a decoração de Natal ficasse bem no carnaval, a de carnaval no São João e quem sabe a do São João sirva para semana da pátria e assim seguimos desorientados, assincrônicos. Não foi nada muito diferente de um dia de MPBeco por exemplo, platéia atenta ao palco, boa música e o fiel público do Beco-da-lama prestigiando seuCarnaval2010 021-crop amado recôndito. Serviu para rever velhos amigos como o casal Ilka Jones & Doca Boulevar  e os habituées “Nós do Beco”, como o artista plástico Tiago Vicente  encarnando o capeta do “Homem que desafiou o diabo” e os meus amiguíssimos João Nuremberg e Tatiana. Todos os méritos da festa para Lula Belmont e sua trupie intrépida que fazem cultura com irreverência, independência e desprendimento, a revelia do mandatário e seus desmandos.

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