Antes que só reste pedra sobre pedra
Resoluto busco o tão ausente Eu
Devaneio, iniqüidade e injúria medra
Carcomendo vida e sonho muito além do meu
Minha alma em angústia entre demos grita
Em Fellini, ou em Sade cena tão dantesca
Sob a guarda de Caronte: pó, cimento e brita
Óbulos, fratricidas, visões canibalescas
Equívocos tantas vezes confirmados
Sangrando o Cordeiro por todos já pagou
Mas cego, surdo e mudo sigo transtornado
Por amor e inocência escaparei curado
E quando o Eu ausente finalmente Eu-Sou
Divina Providência estamos lado-a-lado
Um comentário:
è isso aí professor,
belo poema,
estamos todos juntos neste barco,
navegando no vale de lágrimas,
entre a dor e o prazer,
rumo ao pó.
Jorge de la capadócia.
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