terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Breve estudo sobre o Advento Cristão




Temática de Natal

Conselheiro Ubiratan de Lemos



Mat 1:19  José, seu esposo, sendo justo e não querendo denunciá-la publicamente, pensou em despedi-la secretamente.

Mat 1:20  Mas, no que lhe veio esse pensamento, apareceu-lhe em sonho um anjo do Senhor, que lhe disse: “José, Filho de Davi, não tenhas receio de receber Maria, tua esposa; o que nela foi gerado vem do Espírito Santo.



Pontos a destacar:

·                     O fundamento da relação de José e Maria estava no compromisso que tinham com Deus.

·                     Estavam abertos à vontade de Deus e dispostos a mudar as suas opiniões.

·                     Obedeceram a Deus, apesar do constrangimento que poderiam sofrer.

·                     Os relacionamentos não devem ser destruidos por dúvidas não confirmadas.

·                     A confiança sempre pode ser restabelecida se Deus  estiver no centro de um relacionamento.

·                     A confiança em Deus é indispensável para a confiança entre as pessoas



Mat 2:1  Depois que Jesus nasceu na cidade de Belém da Judéia, na época do rei Herodes, alguns magos do Oriente chegaram a Jerusalém,

Mat 2:2  perguntando: “Onde está o rei dos judeus que acaba de nascer? Vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo”.



Pontos a destacar:

·         Keppler confirma o fenômeno astrofísico da ocorrência simultânea dos planetas marte e saturno na constelação de peixes  e a passagem do cometa Halley,  por ocasião do solstício de verão,  na época provável do nascimento de Jesus Cristo.

·         O ouro presenteava o Rei. A mirra profetizava a morte, e o incenso à ressurreição.



Mat 2:16  Quando Herodes percebeu que os magos o tinham enganado, ficou furioso. Mandou matar todos os meninos de Belém e de todo o território vizinho, de dois anos para baixo, de acordo com o tempo indicado pelos magos.



Pontos a destacar:



·         Jesus já era inimigo político dos poderosos e despóticos, desde antes de nascer.

·         É um novo Moisés, a partir dele a história da libertação humana se renova.



2:8  Havia naquela região pastores que passavam a noite nos campos, tomando conta do rebanho.

Luc 2:9  Um anjo do Senhor lhes apareceu, e a glória do Senhor os envolveu de luz. Os pastores ficaram com muito medo.

Luc 2:10  O anjo então lhes disse: “Não tenhais medo! Eu vos anuncio uma grande alegria, que será também a de todo o povo:

Luc 2:11  hoje, na cidade de Davi, nasceu para vós o Salvador, que é o Cristo Senhor!

Luc 2:12  E isto vos servirá de sinal: encontrareis um recém-nascido, envolto em faixas e deitado numa manjedoura”.

Luc 2:13  De repente, juntou-se ao anjo uma multidão do exército celeste cantando a Deus:

Luc 2:14  “Glória a Deus no mais alto dos céus, e na terra, paz aos que são do † seu agrado! ”





Pontos a destacar:



·         A opção preferencial pelos pobres.

·         Jesus como o pão da vida, na manjedoura (manggiare), um maná do céu.

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Carta de Bill W. a Carl Jung



CARTA DE BILL, W. Janeiro 23, 1961.

Meu Caro Dr. Jung,

Esta carta há muito lhe deveria ter sido enviada. 

Devo primeiramente apresentar-me ao Senhor como Bill W. um dos co-fundadores das sociedades dos Alcoólicos Anônimos. Embora seja provável que o Sr. Já tenha ouvido falar de nós, com certeza ignora que uma conversa que manteve com um de seus pacientes, Mr. Rowland, nos idos de 1930, tornou-se uma das regras fundamentais da nossa Sociedade.

Embora Mr. Rowland tenha nos deixados há muito tempo, o registro de sua inesquecível experiência, enquanto sob os seus cuidados, passou definitivamente para a nossa história e é a que passo a lhe relatar: Tendo Mr. Rowland esgotado todos os recursos para livrar-se do alcoolismo, tornou-se em 1931 seu paciente, permanecendo em tratamento, se não me engano durante mais ou menos um ano; após este tempo deixou-o cheio de confiança e com a mais irrestrita admiração pelo Senhor. Contudo para a sua enorme consternação, retornou ao velho hábito.

Convencido de que o senhor era a sua “tábua de salvação”, voltou ao tratamento. O relato do diálogo entre ambos veio a torna-se o primeiro elo de uma corrente de acontecimentos, que terminaram por induzir a fundação de nossa Sociedade.

A minha lembrança deste relato do encontro entre ambos é que se segue: primeiramente disse-lhe o Senhor francamente que não via esperanças para ele em novos tratamentos, fossem eles médicos ou psiquiátricos. Esta sua posição sincera e humilde foi, sem dúvida, a primeira pedra em que fundamentamos a nossa Sociedade.

Tal afirmação, vinda de quem ele tanto confiava e admirava produziu sobre ele o mais violento impacto.

Quanto ele lhe perguntou se então não haveria para ele alguma esperança, o Senhor lhe respondeu que poderia haver sim e que esta seria a de tornar-se o sujeito de uma genuína experiência espiritual ou religiosa - em resumo, de uma autêntica conversão. Tal experiência poderia motivá-lo mais que outra qualquer, disse-lhe o Senhor. Mas preveniu-o de que conquanto tais experiências tivessem acontecido a alguns alcoólicos, elas eram comparativamente raras. E recomendou-lhe que se colocasse em uma atmosfera religiosa e que esperasse. Esta foi a substância do seu conselho.

Prontamente Mr. Rowland juntou-se ao Oxford Group, um movimento evangélico de grande sucesso na Europa, movimento este que lhe deve ter sido familiar.

Certamente o Senhor se lembrara da grande ênfase que davam aos princípios de autovigilância, da confissão, da reparação e da doação pessoal ao serviço dos outros. Eles também praticavam a meditação e a prece intensivamente. E foi nesta prática que Mr. Rowland encontrou a experiência de conversão, que o libertou, finalmente, da compulsão de beber.

Voltando à Nova York tornou-se membro ativo do Oxford Group, entidade então conduzida pelo Dr. Samuel Shoemaker. Dr. Shoemaker havia sido um dos fundadores daquele movimento e a sua poderosa personalidade era carregada de imensa sinceridade e convicção.

Neste tempo (1932-34) o O. G. já havia recuperado um número de alcoólicos e Rowland, sentindo que poderia identificar-se com aqueles sofredores lançou-se, ele mesmo, no auxílio de outros. Um desses eram um velho companheiro de colégio meu, chamado Edwin T. (Ebby). Ele havia sido tratado por outra instituição, mas Mr. H. e um outro ex-alcoólico do O. G. contataram-se com ele e convenceram a retornar à sobriedade.

Enquanto isto, eu percorria os caminhos do alcoolismo, tentando cura-me por mim mesmo.

Felizmente, acabei sendo cliente do Dr. William D. Silkworth, que era maravilhosamente capaz de entender os problemas alcoólicos. E assim como o Sr. resgatou Rowland, assim também ele me resgatou do álcool. 

Sua teoria era a de que o alcoolismo tinha dois componentes: por um lado uma obsessão que compelia o sofredor a beber, contra seu desejo e, por outro lado, uma espécie de dificuldade metabólica que ele chamava de alergia. A compulsão ao álcool garantia que o hábito de beber prosseguiria e a alergia fazia com que o sofredor entrasse em decadência, enlouquecesse ou morresse. Embora eu fosse um dos que havia julgado ser possível ajudar, acabou sendo obrigado a me confessar que já não via mais esperança para o meu caso. Eu deveria considerar o meu tratamento encerrado. Para mim isto foi uma bofetada. Assim como Rowland foi preparado pelo Senhor para a sua experiência de conversão, meu maravilhoso amigo também me preparou para semelhante experiência ao dar-me tal terrível veredicto. 

Ouvindo falar sobre a minha recaída, meu amigo Edwin T. veio ver-me em minha casa, onde eu estava bebendo. Era novembro de 1934 e já fazia muito tempo que eu registrara meu amigo Edwin como um caso incurável. No entanto, ali estava ele, no mais evidente estado de sobriedade. Este estado de sobriedade certamente estava relacionado ao curto período em que ele esteve ligado ao Oxford Group e era naquele momento tão evidente, tão distinto de sua usual depressão que me foi tremendamente convincente. Por ser ele um irmão-sofredor comunicou-se comigo em tal profundidade que eu imediatamente senti que deveria buscar uma experiência igual a sua ou então morrer. 

Voltei então aos cuidados do Dr. Silkworth; onde pude tornar-me novamente sóbrio, ganhando assim nova visão sobre a experiência da libertação do meu amigo e novo enfoque no caso de Howland H.

Livre mais uma vez do uso do álcool passei a me sentir terrivelmente deprimido, o que me pareceu ser devido a minha inabilidade de adquirir qualquer tipo de fé. Edwin T. visitou-me novamente nesse período, repetindo as mesmas fórmulas do tratamento do O. G. Quando ele me deixou, recaí na mais profunda depressão. 

Desesperado, então gritei: - “Se existir um deus, que ele se mostre para mim”. Imediatamente, uma iluminação de enorme impacto e dimensão envolveu-me, uma coisa extraordinária que tentei descrever no meu livro Alcoholics Anonymous, bem como em “A.A. Come of Age”, textos básicos que lhe estou enviando agora. 

Meu desligamento da obsessão pelo álcool foi imediato. Senti que me havia tornado um homem livre. 

Logo em seguida a esta minha experiência recebi no hospital, das mãos de Edwin o livro de William James, “Varieties of Religious Experience”, livro este que veio me conscientizar que a maior parte das experiências religiosas, as mais variadas têm um denominador comum que é o colapso do ego, a sua queda no maior desespero. O indivíduo tem que se encontrar em uma situação extrema, frente a um dilema insolúvel. No meu caso esta situação, este dilema insolúvel nasceu da minha compulsão à bebida e um profundo sentimento de desespero mais ainda tomou conta de mim quando o meu amigo alcoólico comunicou–me o seu veredicto de incurável, dado a Rowland H.

Durante a minha experiência religiosa tive a inspiração de uma sociedade de alcoólicos em que cada um se identificasse com o outro e lhe transmitisse a sua experiência, em uma espécie de cadeia. Se cada sofredor tinha que dar a notícia do veredicto de incurável que a ciência médica conferia ao ingresso no tratamento, deveria também lhe colocar a possibilidade de uma abertura a uma experiência de transformação espiritual. Este conceito provou ter sido a base de posteriores conquistas dos alcoólicos anônimos. Isto fez com que as experiências da conversão, quase tão múltiplas quanto as citadas por W. James se tornassem disponíveis em larga escala. 

Nossos associados somavam no último quarto de século o número de 300.000. Na América e através de todo o mundo eles chegam a formar 8.000 grupos de A. A.

Assim sendo, nós do A. A. fomos extremamente beneficiados pelo Senhor, pelo Dr. Shoemaker do Oxford Group, por William James e pelo nosso amigo, o médico Dr. Silkworth. 

Como vê o Senhor claramente agora, esta espantosa cadeia de acontecimentos realmente começou há muitos anos, na sala do seu consultório e foi desencadeada pela sua humildade e profunda percepção. 

Muitos elementos do A. A. são estudiosos de sua obra. O Senhor endereçou-se especialmente em sua direção devido a sua convicção de que o homem é mais que o intelecto, as emoções e dois dólares de medicamentos. 

Os panfletos e outros materiais que lhe envio mostrar-lhe-ão o quanto a nossa sociedade vem crescendo, desenvolvendo o seu espírito de unidade e como ela vem estruturando as suas bases. 

O Senhor gostará provavelmente de saber que além da experiência espiritual, muitos A. A. vêm ingressando em outras experiências psíquicas, com considerável força cumulativa. 

Outros membros, depois de recuperados nos A. A. têm sido muito ajudados pelos seus assistentes e alguns são estudiosos do I Ching e do admirável prefácio que o senhor fez para este livro. 

Esteja certo de que como ninguém mais o senhor ocupa destacada posição no afeto e na história de nossa sociedade.

Muito grato ao Senhor, 

William G. W.



RESPOSTA DE JUNG. Janeiro 30, 1961.



Caro Sr. W.,

A sua carta foi-me realmente bem-vinda.

Não tive mais notícias de Rowland H. e muitas vezes desejei conhecer o seu destino.

O diálogo que mantivemos, ele e eu, e que ele muito fielmente lhe transmitiu teve um aspecto que ele mesmo desconheceu. A razão pela qual não pude dizer-lhe tudo foi que naquela época eu tinha que ser excessivamente cuidadoso com tudo o que dizia. Eu havia descoberto que estava sendo de todas as maneiras mal interpretado.

Portanto, tive que ser muito cuidadoso ao conversar com Rowland H. Mas o que eu realmente concluí sobre o seu caso foi o resultado das minhas inúmeras experiências com casos semelhantes ao dele.

A sua fixação pelo álcool era o equivalente, em nível mais baixo, da sede espiritual do nosso ser pela totalidade, expressa em linguagem medieval, pela união com Deus.

Como poderia alguém expor tal pensamento sem ser mal interpretado em nossos dias?

O único caminho correto e legítimo para tal experiência é que ela aconteça para você na realidade e ela só pode acontecer se você procurar um caminho que o leve a uma compreensão mais alta. E você poderá ser conduzido a esta meta pela ação da graça, pela convivência pessoal honesta com os amigos ou através de uma educação mais alta da mente, para além dos limites do mero racionalismo. Vi pela sua carta que Rowland H. escolheu a segunda opção que, nas suas circunstâncias era, sem dúvida, a melhor. 

Estou firmemente convencido de que o princípio do mal prevalecente no mundo conduz as necessidades espirituais, quando negadas à perdição, se ele não for contrabalançado por uma experiência religiosa ou pelas barreiras protetoras da comunidade humana. Um homem comum desligado dos planos superiores, isolado de sua comunidade, não pode resistir aos poderes do mal, muito propriamente chamados de demônio. Mas o uso de tais palavras nos leva a tais enganos que temos que nos manter afastados delas, tanto quanto possível.

Eis as razões porque não pude dar a Rowland H. plena e suficiente explicação. Estou arriscando-me a dá-las a você por ter concluído pela sua carta decente e honesta, que você já adquiriu uma visão superior do problema do alcoolismo, bem acima dos lugares comuns que, via de regra, se ouvem sobre ele. 

Veja você, “álcohol” em latim significa “espírito”, e você, no entanto, usa a mesma palavra tanto para designar a mais alta experiência religiosa como para designar o mais depravador dos venenos. 

A receita então é “spiritus” contra “spiritum”.

Agradecemos você novamente por sua amável carta, eu me reafirmo. 

Seu sinceramente, 

C. G. Jung.

sexta-feira, 8 de março de 2013

Crise capitalista penaliza as mulheres

Crise capitalista penaliza as mulheres:

Por Altamiro Borges

Vários estudos confirmam que as mulheres são as das principais vítimas da crise mundial do capitalismo, que adquiriu maior gravidade a partir de 2008 com a explosão da bolha financeira nos EUA. Elas se destacam nas estatísticas do desemprego, da redução de salários e da regressão dos direitos trabalhistas. Com a redução dos investimentos nas áreas sociais, decorrente das políticas de “austeridade” que visam socorrer o capital financeiro, a crise capitalista também provoca mais mortes entre as mulheres.


Recente estudo da ONG Plan Internacional e do Instituto de Pesquisas Overseas do Reino Unido apontou que a cada ponto de retração do Produto Interno Bruto (PIB) morrem sete meninas a mais para cada mil nascimentos, contra 1,5 meninos. “O relatório analisa como a crise afeta mulheres e crianças, e indica que as famílias tomam decisões de saúde que afetam mais as meninas. A pesquisa foi feita em 59 países, a maioria deles em vias de desenvolvimento”, relatou o jornal espanhol El País de 24 de janeiro.

O próprio diário, que não esconde suas afinidades com as políticas neoliberais de austeridade, observa que a razão desta tragédia “tem a ver com a onda de cortes em gastos sociais em nível mundial, que dificultam o acesso aos serviços básicos de saúde”. Há também aspectos culturais que exacerbam o machismo. A desnutrição é outro fator que contribui para a grande diferença de mortalidade. "As mulheres deixam de dar o peito antes e privilegiam os homens sobre as meninas”, aponta Concha López, diretora da ONG.

“Segundo o relatório, a alimentação deficiente contribui em mais de um terço para a morte de crianças menores de 5 anos em todo o mundo. A situação torna-se muito mais grave conforme os preços dos alimentos aumentam e as mulheres não podem pagá-los. A expectativa de vida entre as meninas também é menor. O relatório indica que em tempos de recessão econômica esta cai em sete anos, enquanto a dos meninos, em seis... ‘As meninas são as últimas na cadeia’, diz Concha López”.

Revolução bolivariana é irreversível

Revolução bolivariana é irreversível: Revolução bolivariana é irreversível, diz Maringoni 



Com a morte de Hugo Chávez, nesta terça-feira (5), seu vice, Nicolás Maduro, assumiu interinamente a presidência. Sua primeira missão como mandatário do país foi assinar um decreto, publicado na Gazeta Oficial nesta quinta-feira (7), decretando luto oficial por sete dias. Na opinião do jornalista Gilberto Maringoni, o processo no país é irreversível e o povo deverá eleger Maduro nas próximas eleições.
"Estão declarados sete dias de luto nacional, entre os dias 5 e 11 de março de 2013, pelo lamentável e penoso falecimento e irreparável perda do herói da pátria Hugo Rafael Chávez Frias", diz o decreto publicado na Gazeta Oficial. A medida ordena que "a bandeira nacional permaneça içada a meio mastro em todos os edifícios públicos e privados, tanto civis como militares".


O decreto também proíbe a venda e o consumo de bebidas alcoólicas em todo o território nacional de 6 a 12 de março de 2013. Também está proibido o porte de armas de fogo pelo mesmo período.

Maduro tem a função de conduzir o país para realizar, dentro do prazo de 30 dias, novas eleições. Indicado por Chávez em dezembro de 2012 — quando o mandatário anunciou sua ida a Cuba para tratar da recidiva de um câncer — como seu sucessor, Maduro é o favorito no pleito. Embora ainda não tenham sido realizadas as plenárias da Mesa Unida Democrática (MUD), tudo indica que seu concorrente será Henrique Capriles, que perdeu para Chávez por 11 pontos de diferença.

Em entrevista ao Portal Vermelho, o jornalista e autor do livro “A Venezuela que se inventa: poder, petróleo e intriga nos tempos de Chávez”, Gilberto Maringoni, avalia que “Maduro vence as eleições. Ele chegará muito legitimado. Maduro não é o Chávez, mas não haverá mudança na conduta do governo. O governo continua. O que acontece na Venezuela é quase um caminho sem volta”.

Apesar de a imprensa brasileira estar construindo a ideia de que na Venezuela há o temor de uma instabilidade, a expectativa é de que o país — habituado a eleições e referendos — realize um pleito limpo, seguro e transparente. Esta é a expectativa do jornalista: “não há por que duvidar. Olhando para as últimas eleições, ninguém contesta a lisura destes processos. Até mesmo [o ex-presidente dos Estados Unidos] Jimmy Carter, que esteve várias vezes na Venezuela, constatou a lisura dos processos eleitorais. Não haverá problema no rito democrático”. 

Maringoni descarta a possibilidade de que o processo revolucionário sucumba sem a presença do líder. “O ideal bolivariano é muito concreto para o povo. Quer dizer que acabou a fome, o desemprego baixou muito, o analfabetismo caiu, a assistência médica, pelo menos os primeiros socorros, passou a existir, assim como um programa sério de habitação. Então há um sistema de bem-estar social em curso e ele é muito concreto para a população. E isso continua”. 

A grande mudança nestes anos em que Chávez esteve no poder é o fato de que a questão social passou a ser prioridade no país. E estes “avanços são irreversíveis”. Outro ponto de destaque é a defesa da soberania nacional. “As duas juntas conformam o processo de transformação social. E isso vai continuar. Uma ruptura faria com que a população sentisse isso como perda de direito e então existiria uma situação imponderável. Mas isso não está em pauta. O que está em pauta é a continuidade do processo”, declarou.

O especialista conclui: “Chávez mudou a autoestima do país. No que depender do impulso popular de Nicolás Maduro, da possibilidade dele ganhar as eleições, o processo continua mesmo coma a ausência do Chávez”.


Da Redação do Vermelho,

Vanessa Silva

A evolução humana

A evolução humana:

sábado, 23 de fevereiro de 2013

Sobre a criação do Partido dos Trabalhadores

Sobre a criação do Partido dos Trabalhadores:
Por Marco Antonio L.
Partido e governo
Mino Carta - Carta Capital
A ideia do PT já se fixava na cabeça de Lula quando o entrevistei pela primeira vez no começo de 1978. Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo e Diadema, representava a vanguarda de um movimento operário em plena mudança. A reforma partidária engendrada pelo Merlin do Planalto, Golbery do Couto e Silva, na segunda metade de 1979, facilitou-lhe a tarefa.
Discrepância. Os governantes foram fiéis aos planos iniciais. O partido nem tanto
Discrepância. Os governantes foram fiéis aos planos iniciais. O partido nem tanto. Foto: B. Salgado/ Estadão Conteúdo

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Tombini: cenário para inflação vai melhorar no 2° semestre

Tombini: cenário para inflação vai melhorar no 2° semestre:


Saiu no Valor:

Cenário para inflação vai melhorar no 2° semestre, diz Tombini



Por Sergio Lamucci | Valor

Urbana-Champaign, EUA – O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, disse nesta quinta-feira que a inflação mostrou “resistência” nos últimos meses, mas o cenário deve melhorar na segunda metade do ano, com o recuo da taxa acumulada em 12 meses. Segundo ele, haverá o cumprimento da meta pelo décimo ano consecutivo, considerando aí que o IPCA não vai superar o teto da banda de tolerância, hoje em 6,5%.

Tombini listou vários fatores que devem favorecer um comportamento mais favorável da inflação neste ano, apesar do comportamento preocupante recente: a safra agrícola deve crescer com força, o aumento do salário mínimo foi menor do que no ano passado, aliviando em parte a pressão sobre os serviços, a taxa de câmbio não vai se depreciar como em 2012, o crescimento do crédito tende a ser moderado, na casa de 15% em termos nominais, e a recuperação ainda lenta da economia global não deve pressionar os preços de commodities.

Ele, porém, não deu sinais sobre os rumos da política monetária. Nos últimos dias, a autoridade monetária começou a indicar que poderá promover uma alta gradual dos juros, embora ainda não tenha se comprometido com isso.

Tombini participou de evento promovido pelo Instituto Lemann de Estudos Brasileiros da Universidade de Illinois, em Urbana Champaign, onde falou sobre a situação da economia brasileira.

O presidente do BC fez seu doutorado na universidade, sob a orientação do professor Werner Baer, especialista em desenvolvimento econômico da América Latina e estudioso do Brasil.

Lindbergh Farias bate em bêbado!

Lindbergh Farias bate em bêbado!:

Lula: "nós queremos comparação, inclusive sobre corrupção"

Lula: "nós queremos comparação, inclusive sobre corrupção":
Piero Locatelli 





O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quarta-feira 20 que o PT não vai fugir do debate sobre corrupção com os tucanos. Em discurso na comemoração dos dez anos do partido na Presidência, ele rebateu as críticas feitas nos últimos dias pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG).

“Nós não temos medo de comparação, inclusive comparação em debate sobre corrupção,” disse o ex-presidente no evento realizado na zona norte de São Paulo. Na terça-feira 19, FHC divulgou um vídeo dizendo que as comparações feitas pelo PT com a sua gestão na presidência (1995-2002) são “coisa de criança” e “parecem picuinha”.

Lula falou que só o fato do seu partido passar oito anos no poder já deixa a oposição nervosa.  “Eles estão inquietos porque percebem que estão sem valores, sem discursos, sem propostas. Porque todas as coisas que eles pensaram em fazer nós fizemos mais e fizemos melhor. É por isso que nós queremos fazer esse debate.”

O ex-presidente também fez referência ao discurso do senador tucano Aécio Neves (MG) nesta quarta. Nele, o mineiro elencou 13 erros do PT cometidos nos últimos anos. “Eu não vou responder a eles. Só queria dizer que a resposta que o PT deve dar é dizer para eles que podem se preparar, juntar quem eles quiserem. Porque, se eles têm dúvida, nós vamos dar como resposta a reeleição da presidenta Dilma,” disse Lula.



Lula e Dilma também usaram o discurso para criticar a imprensa. “Na ausência de uma partido da oposição, um setor da imprensa fazia oposição. Eu fico preocupado porque quando critico a imprensa , eles dizem: ‘Lula ataca a imprensa’. E, quando eles me atacam, dizem: ‘Fizemos uma crítica’.”

Já a presidenta Dilma disse que não pode se calar diante das críticas. “Como reagem agora determinados setores frente ao avanço do combate à miséria? Alguns tentam dizer que esse feito não passa de um mero jogo estatístico. Outros preferem inverter o significado das coisas e destacar, de forma exagerada, o que falta ser feito,” disse a presidenta. Na terça-feira 19, Dilma lançou programa o programa Brasil sem Miséria, que complementa o Bolsa Família para que a população supere a renda de 70 reais mensais por pessoa, considerada a linha da miséria.

Coube ao deputado estadual e presidente do partido, Rui Falcão (SP), defender a regulação dos órgãos de imprensa. “É inadiável o alargamento da liberdade de expressão no país, da democracia e dos meios de comunicação tal qual está previsto na Constituição e que esperam a anos por uma regulamentação.”

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Os equívocos da internação compulsória

Os equívocos da internação compulsória:
Por Maurício Fiore, na CartaCapital
Pouco tempo depois da prefeitura do Rio de Janeiro, agora é a vez do governo paulista adotar uma política de atenção aos dependentes de drogas baseada na internação compulsória.
O “problema do crack” parece ter se tornado um dividendo eleitoral de peso e motivado as esferas federais, estaduais e municipais a se movimentar – infelizmente, em busca de soluções rápidas que ignoram evidências e afrontam direitos. As ações recentes são, na verdade, focalizadas em grupos específicos de pessoas que ocupam regiões degradadas das cidades e fazem uso da forma fumada e barata de cocaína.
No caso de São Paulo, a chegada do crack se deu nos fins dos anos 1980. A partir de meados dos anos 1990, a região da Luz e adjacências, já degradada, foi progressivamente se tornando um espaço onde os consumidores se concentraram para encontrar crack e ter liberdade em usá-lo. O crack não inventou as populações marginalizadas que moram no Centro como forma de sobrevivência, mas foi acolhido por muitos deles, principalmente por aqueles em situação de rua. Além disso, muitos consumidores de crack vieram das periferias, onde se sentiam ameaçados. Agrupados, trafegando numa vigília nervosa, com um gestual agressivo, a existência dos “craqueiros” tornou-se socialmente insuportável porque não se esconde, porque é visível.
Só uma pequena parte dos consumidores de crack da cidade está no Centro, mas não nos enganemos sobre a intenção primeira de todas essas ações recentes, exemplificadas nos episódios de violência de janeiro de 2012: uma tática de limpeza desses espaços, travestida de “cuidado aos dependentes”, por meio da retirada higienista de populações indesejadas.
É evidente que o consumo do crack – em muitos casos associado à compulsividade e a sérios danos à saúde e à vida social e afetiva – tem que ser alvo de atenção do poder público. Mas políticas públicas não podem se pautar no alarmismo em torno da ideia de que há uma epidemia de crack. A incontestável disseminação dessa droga pelo país não evidencia a existência de uma epidemia, pois, não obstante suas graves consequências, a prevalência do consumo de crack é pequena se comparada a de outras substâncias psicoativas com alto potencial de dano, como o álcool, cuja escala epidêmica é consensual.
Fala-se também do crack como um forte combustível para a violência. De fato, assim como outras drogas ilegais, seu mercado clandestino está associado ao crime e, portanto, à violência. Mas a relação entre o crack e a violência não é automática, haja vista, por exemplo, que o número de homicídios em São Paulo caiu no período em que o consumo da droga se expandia. Se há uma associação sustentada pelos dados, é a maior predileção de populações vulneráveis e de bairros mais pobres pelo crack, seja no Brasil, nos demais países da América Latina ou nos EUA, onde ele surgiu.
A criação de um tribunal de “campanha”, no qual juízes e promotores, auxiliados por médicos, decidirão em algumas horas quem será tratado por meio do confinamento é um atentado contra a Lei 10.216/2001, marco da luta contra o trágico modelo de confinamento manicomial.
Ela estabeleceu limites para as internações contra a vontade, que só devem ser prescritas quando esgotadas todas as alternativas ou em casos de risco iminente de morte. Além disso, a Organização Mundial de Saúde pediu para que os países abandonassem a política de internações compulsórias, pois elas não só acarretam violações de direitos humanos, como são pouco eficazes para a maior parte dos casos.
Internar parece uma solução atraente porque nos remete a um contexto de proteção, mas, por estar sustentada no isolamento artificial dos indivíduos, não resolve o maior desafio para a continuidade do tratamento da dependência, que é a vida fora dos limites da clínica.
Quando ocorre à força, a chance de uma internação ter bons resultados cai ainda mais.
A dependência química não é “uma doença como apendicite, pneumonia”, como declarou recentemente o médico e governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. As evidências científicas a definem como um transtorno complexo, no qual a relação patológica do sujeito com a(s) substância(s) se instala a partir de uma confluência de fatores psíquicos, bioquímicos e sociais.
No caso da dependência de crack, a trajetória de muitos consumidores que circulam pelo Centro é marcada por privações e dificuldades de diversas ordens. Interferir nesse difícil contexto de vida, com a adoção de políticas de reinserção no mercado de trabalho, de reforço dos vínculos comunitários, de educação formal, de acesso aos cuidados básicos de higiene e saúde, entre outras ações – é parte fundamental de uma política que, de fato, esteja preocupada em cuidar dessas pessoas, não apenas tirá-las de nossas vistas.
Além disso, para defender a internação, é comum se desqualificar a rede pública de atenção à saúde mental, principalmente os Centros de Atenção Psicossociais (CAPs). Se há um grave problema da rede, é sua estrutura insuficiente, por vezes precária. Portanto, os resultados que seriam colhidos pelo investimento na qualificação da atenção psicossocial são ignorados pelo lobby da internação, sedento por recursos.
Enfim, cabe dizer que as dramáticas histórias de vida não são justificativas que desresponsabilizam os dependentes de crack; ao contrário, o caminho mais frutífero é reforçar sua capacidade de decisão, oferecendo cuidados e alternativas. A opção pelo confinamento forçado não resulta em proteção, mas no enfraquecimento do fator mais relevante para o tratamento da dependência: a vontade individual.

Internação compulsória: tratamento ou isolamento social?

Internação compulsória: tratamento ou isolamento social?:
InternacaoCompAbreESPECIAL O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, acaba de oficializar projeto que visa acelerar o processo de internação compulsória de usuários de crack na região da Luz, na chamada “cracolândia”. Há exatamente um ano, a mesma região foi palco da desastrada operação militar que visou a remoção dos moradores de rua e usuários de drogas do local. Confira uma série de entrevistas e reportagens para saber as consequências da última ação e o que a próxima pode acarretar.