sexta-feira, 8 de março de 2013

Crise capitalista penaliza as mulheres

Crise capitalista penaliza as mulheres:

Por Altamiro Borges

Vários estudos confirmam que as mulheres são as das principais vítimas da crise mundial do capitalismo, que adquiriu maior gravidade a partir de 2008 com a explosão da bolha financeira nos EUA. Elas se destacam nas estatísticas do desemprego, da redução de salários e da regressão dos direitos trabalhistas. Com a redução dos investimentos nas áreas sociais, decorrente das políticas de “austeridade” que visam socorrer o capital financeiro, a crise capitalista também provoca mais mortes entre as mulheres.


Recente estudo da ONG Plan Internacional e do Instituto de Pesquisas Overseas do Reino Unido apontou que a cada ponto de retração do Produto Interno Bruto (PIB) morrem sete meninas a mais para cada mil nascimentos, contra 1,5 meninos. “O relatório analisa como a crise afeta mulheres e crianças, e indica que as famílias tomam decisões de saúde que afetam mais as meninas. A pesquisa foi feita em 59 países, a maioria deles em vias de desenvolvimento”, relatou o jornal espanhol El País de 24 de janeiro.

O próprio diário, que não esconde suas afinidades com as políticas neoliberais de austeridade, observa que a razão desta tragédia “tem a ver com a onda de cortes em gastos sociais em nível mundial, que dificultam o acesso aos serviços básicos de saúde”. Há também aspectos culturais que exacerbam o machismo. A desnutrição é outro fator que contribui para a grande diferença de mortalidade. "As mulheres deixam de dar o peito antes e privilegiam os homens sobre as meninas”, aponta Concha López, diretora da ONG.

“Segundo o relatório, a alimentação deficiente contribui em mais de um terço para a morte de crianças menores de 5 anos em todo o mundo. A situação torna-se muito mais grave conforme os preços dos alimentos aumentam e as mulheres não podem pagá-los. A expectativa de vida entre as meninas também é menor. O relatório indica que em tempos de recessão econômica esta cai em sete anos, enquanto a dos meninos, em seis... ‘As meninas são as últimas na cadeia’, diz Concha López”.

Revolução bolivariana é irreversível

Revolução bolivariana é irreversível: Revolução bolivariana é irreversível, diz Maringoni 



Com a morte de Hugo Chávez, nesta terça-feira (5), seu vice, Nicolás Maduro, assumiu interinamente a presidência. Sua primeira missão como mandatário do país foi assinar um decreto, publicado na Gazeta Oficial nesta quinta-feira (7), decretando luto oficial por sete dias. Na opinião do jornalista Gilberto Maringoni, o processo no país é irreversível e o povo deverá eleger Maduro nas próximas eleições.
"Estão declarados sete dias de luto nacional, entre os dias 5 e 11 de março de 2013, pelo lamentável e penoso falecimento e irreparável perda do herói da pátria Hugo Rafael Chávez Frias", diz o decreto publicado na Gazeta Oficial. A medida ordena que "a bandeira nacional permaneça içada a meio mastro em todos os edifícios públicos e privados, tanto civis como militares".


O decreto também proíbe a venda e o consumo de bebidas alcoólicas em todo o território nacional de 6 a 12 de março de 2013. Também está proibido o porte de armas de fogo pelo mesmo período.

Maduro tem a função de conduzir o país para realizar, dentro do prazo de 30 dias, novas eleições. Indicado por Chávez em dezembro de 2012 — quando o mandatário anunciou sua ida a Cuba para tratar da recidiva de um câncer — como seu sucessor, Maduro é o favorito no pleito. Embora ainda não tenham sido realizadas as plenárias da Mesa Unida Democrática (MUD), tudo indica que seu concorrente será Henrique Capriles, que perdeu para Chávez por 11 pontos de diferença.

Em entrevista ao Portal Vermelho, o jornalista e autor do livro “A Venezuela que se inventa: poder, petróleo e intriga nos tempos de Chávez”, Gilberto Maringoni, avalia que “Maduro vence as eleições. Ele chegará muito legitimado. Maduro não é o Chávez, mas não haverá mudança na conduta do governo. O governo continua. O que acontece na Venezuela é quase um caminho sem volta”.

Apesar de a imprensa brasileira estar construindo a ideia de que na Venezuela há o temor de uma instabilidade, a expectativa é de que o país — habituado a eleições e referendos — realize um pleito limpo, seguro e transparente. Esta é a expectativa do jornalista: “não há por que duvidar. Olhando para as últimas eleições, ninguém contesta a lisura destes processos. Até mesmo [o ex-presidente dos Estados Unidos] Jimmy Carter, que esteve várias vezes na Venezuela, constatou a lisura dos processos eleitorais. Não haverá problema no rito democrático”. 

Maringoni descarta a possibilidade de que o processo revolucionário sucumba sem a presença do líder. “O ideal bolivariano é muito concreto para o povo. Quer dizer que acabou a fome, o desemprego baixou muito, o analfabetismo caiu, a assistência médica, pelo menos os primeiros socorros, passou a existir, assim como um programa sério de habitação. Então há um sistema de bem-estar social em curso e ele é muito concreto para a população. E isso continua”. 

A grande mudança nestes anos em que Chávez esteve no poder é o fato de que a questão social passou a ser prioridade no país. E estes “avanços são irreversíveis”. Outro ponto de destaque é a defesa da soberania nacional. “As duas juntas conformam o processo de transformação social. E isso vai continuar. Uma ruptura faria com que a população sentisse isso como perda de direito e então existiria uma situação imponderável. Mas isso não está em pauta. O que está em pauta é a continuidade do processo”, declarou.

O especialista conclui: “Chávez mudou a autoestima do país. No que depender do impulso popular de Nicolás Maduro, da possibilidade dele ganhar as eleições, o processo continua mesmo coma a ausência do Chávez”.


Da Redação do Vermelho,

Vanessa Silva

A evolução humana

A evolução humana: