terça-feira, 31 de agosto de 2010

Factóide novo x Profilaxia

A 34 dias das eleições, a fatura parece liquidada: Dilma será eleita no primeiro turno. Pessoalmente aposto que minha candidata obterá algo acima dos 60% dos votos válidos. Diante deste quadro os tucanos, o dempfl e a imprensa golpista encontram-se em estado de total desespero. “Sabe bem quem é otário” que em desespero toma-se atitudes irracionais e partindo dos segmentos mais reacionários da cena política nacional me dá arrepios pensar no que eles serão capazes nessa reta final. Os analistas de plantão são unânimes em dizer que só um “fato novo” pode dar uma sobrevida a natimorta candidatura do Zé pedágio. Preocupante! A ausência desse fato, leva à criação de factóides, à reedição de denúncias vazias e a uma caça as bruxas irresponsável e ansiosa como zumbis de trillers em busca de cérebros.

O Zé pedágio escolheu uma estratégia que é tão equivocada quanto oportunista: apresenta-se a sociedade como sendo a melhor opção de continuidade ao governo Lula. Ora esta opção corrobora com a idéia que Lula fez um bom governo, então toda a ação política de demos e tucanos nesses últimos 8 anos foi nociva à sociedade: opuseram-se a um projeto que deu certo, atrapalharam. E os mesmos trapalhões agora querem colher o que não plantaram: pilantras! O povo brasileiro que muito ainda quer avançar, diante das alternativas não vacila, se o governo foi tão bom que até a oposição reconhece, voto na candidata do governo. O apoio de Lula leva Dilma a vitória e o discurso do Zé o leva a derrota, as curvas distanciam-se a cada pesquisa. Esse cenário de massacre eleitoral aponta para medidas radicais por parte do bando que perde, ou muda de discurso, ao meu ver tiro no pé, caracterizando falta de compromisso e oportunismo, e enfrenta a esmagadora popularidade do presidente Lula, ou apela para a criação do tão cobiçado fato novo, nem que para isso enverede-se para a prática kamikaze: morro mas levo um comigo. O cuidado a ser tomado nessa fase do jogo é a profilaxia, ou seja, prevenir-se contra os golpes sujos e conduzir a campanha cuidadosamente sem se deixar levar pelo perigoso “já ganhou”, até a vitória.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Sobre a polêmica das palmadas.

Não vivi uma infância sob a égide da pancadaria, de fato apanhei bem menos do que mereci. Não me refiro a espancamento ou maus tratos, nem tão pouco a ser amarrado ao pé da mesa. Levei algumas palmadas, enfrentei algumas poucas sessões de palmatória (lá em casa as penas eram hexadecimais) e que eu lembre uma ou outra bofetada, essas sempre por motivo fútil como roer as unhas ou mudar o canal de TV na hora da novela. Mas nada disso me deixou traumatizado, não carrego mágoas nem amo menos minha mãe por isso (meu pai nunca me bateu). A polêmica é inócua, discute-se sobre mais uma lei que “não pega”. A violência doméstica não está nas palmadas, os casos extremos já estão previstos no código penal e no estatuo da criança e do adolescente. Uma maior distribuição de renda, uma remuneração digna aos educadores, a redução da jornada de trabalho como forma de garantir uma presença mais efetiva dos pais junto à família, creches, esporte, cultura e lazer de qualidade nas comunidades de alta densidade populacional são medidas que podem reduzir drasticamente os índices de violência doméstica contra crianças e adolescentes. Sou educador e trabalho com segmentos de alta estratificação social, entre esses é comum encontrarmos crianças mimadas e sem limites onde o desrespeito aos mais velhos vem de casa, tios, avós e principalmente pais são tratados com desdém, que dirá nós professores. Creio que umas boas palmadas uma “chamada” mais rigorosa a moda antiga não faria mau. Pior é ver na favela ou na cobertura o filho mau educado aprender a respeitar a lei do “bicho”: Se vacilar a bala come. O rigor da família ou da escola é mais salutar e absolutamente necessário para imposição de limites saudáveis à sobrevivência e ao bem estar do corpo, da mente e da alma, por que o inimigo ruge como um leão ao redor da presa esperando somente um pequeno deslize fora dos limites de segurança para vitimar nossos jovens com um crack na espinha dorsal.