segunda-feira, 8 de setembro de 2008

II Festa do reencontro dos macauenses


Nesse último dia 6/9 tive o privilégio de participar de um evento comemorativo ao aniversário da emancipação política do município de Macau, terra onde nasci. Como não poderia ser diferente, a programação contou com todos os aparatos tradicionais, como queima de fogos, parque infantil, show, proselitismo político, parada escolar, quermesse e outros que tais. Mas nada disso me impressionou, ou menos ainda, me motivou a me deslocar da cidade espacial para a metrópole salineira. O que eu queria mesmo era rever as pessoas. Aquelas pessoas a quem chamamos de minha gente, meu povo, meus amigos. Contei os dias desde a realização da primeira edição da Festa do Reencontro, temperando de saudades o aguardado momento. E deixando de lado as comparações com o ano passado, a realização desse desejo tão nobre preencheu todas as minhas expectativas: os laços que nos unem superaram, em muito, aqueles que nos separaríam e se o prioritário era o reencontro, o supostamente secundário(as coisas)correspondeu e atendeu perfeitamente as necessidades de glamour de um evento despretensioso, abnegado e acima de tudo bem intencionado. A valorização do artista local, o resgate das nossas tradições, a bem medida separação da política cultural da conjuntura eleitoral por que passamos, cuidadosamente arquitetados pelas mãos da doutora, que com o apoio de tantos que nem sei quantos, serviu como militante incurável que é, a mais uma causa libertadora e libertária: a promoção de ideais fraternos e a defesa intransigente da memória de um povo. 

No aspecto emoção nem todas as palavras do meu mediano vocabulário serão suficientes para descrever a alegria estampada nos rostos dos presentes. Macauenses de diferentes gerações se abraçando a despeito de cor, sobrenome, coloração partidária. Velhos ressentimentos da adolescência de desfazendo ali na Praça da Conceição, num processo de catarse que nem Freud nem professor Ferreira explicam: Olhos nos olhos.

- Oi! Tudo bom companheiro?!

Um sorriso, um abraço e desfaz-se um mau entendido mal guardado por longos anos. Vemos que de fato somos mais importantes de que o episódio, que sinceramente nem lembramos mais. Os bons amigos, os grandes amigos. Estudou comigo no Duque, era do meu tempo do Jardim, foi fundador da Cobra, esse?! Nossos pais já eram amigos antes de nós, respondia eu a curiosidade da minha esposa. E meus primos e primas(e primas), minhas professoras Dona Arlete e Dona Chaguinha. O ponto alto da festa para nós filhos de Seu Joca Lemos e Dona Nair de Victor Manäh foi, sem sombra de dúvidas, a homenagem prestada pela comunidade através das singelas e emocionadas palavras do nosso irmãozinho Kinkas. Minha mãe super feliz por estar ali, recebendo dos seus conterrâneos um carinho ímpar quando dos seus 60 anos de casamento, no ano dos seus 80 anos. Quando Ivan Amaral cantou a valsa de Macau com certeza o coração do meu pai bateu mais forte. Foram muitas emoções!

            Acho que todos os que participaram da festa são responsáveis pelo seu sucesso, desde os patrocinadores até o Camarada Lú(IH), mas correrei os riscos de ser injusto e deixo a minha gratidão especial a Giovana, a Fernando e a Dorotéia, pelo desprendimento e a abnegação de dar um duro danado e ter como recompensa a felicidade dos outros e algumas palavras faladas ou escritas. Mas será que essa não é maior das recompensas? Faltam 360 dias!